Eu era um Monge, um senhor. E durante muito tempo da minha vida, eu carreguei pedras. Não no sentido literal, dos contos e das palavras dos sábios. Mas, carreguei pedras porque eu trabalhava na construção de um Templo.
E os Templos antigos não eram construídos com a ajuda de nenhum artefato mecânico como tem hoje. Os Templos antigos eram construídos por pessoas, por pequenos aparelhos que nós conseguíamos fazer.
Só que eu já era um homem mais velho... E quem me perguntou era uma criança. E eu olhei pra ele, já tinha dentro de mim, a sabedoria do silêncio.
Mas, eu era apenas um Monge. Eu não era um Professor. Eu era um homem cansado, porque foi um trabalho muito duro.
Porque ainda, que eu tivesse escolhido o caminho do Monastério, do abandono dos bens materiais, da renúncia e dos estudos espirituais... Esse Templo era algo que se esperava muito naquela região. Então, todos que entravam para o Monastério eram obrigados, ou melhor, convidados, ajudar a erguer aquelas paredes.
Então, ali se misturavam pessoas que tinham um bom coração, pessoas que tinham alguma sabedoria, que vinham de famílias mais ricas, uns poucos que sabiam ler... E todos os outros analfabetos. Uma grande mistura.
E no fim todos se igualavam, levantando pedras, carregando entulho, subindo paredes... Às vezes arriscando a própria vida. Porque nem sempre, as técnicas de construção eram adequadas, então, os muros se mostravam frágeis. E, vez por outra, até morriam amigos e colegas nosso.
E quando aquela criança me perguntou pra que serviam as pedras... Um impulso muito negativo dentro de mim queria dizer que o mundo era feito de pedras. Que as ruas eram feitas de pedras, que as montanhas eram feitas de pedras, que as casas eram feitas de pedras e que as pedras eram assim...
Na verdade, esse meu impulso era um impulso pesado e eu não queria dar explicação nenhuma. Porque eu achava que já era tão evidente e eu já estava tão cansado.
Só que o silêncio, se tornou na minha vida um bom companheiro. E no mesmo momento em que eu queria descartar a presença daquela pessoa, daquela criança e dar uma resposta qualquer, como eu faria por impulso... Eu me detive um pouco e resolvi pensar o que faria bem a aquela criança ouvir.
E eu, naqueles segundos pensei em mim mesmo, como criança, e em todos os sonhos que eu havia construído: ter uma boa casa, ter um espaço grande para estar com a minha família, ter condições de ter coisas bonitas, como todo mundo pensa.
Quando jovem, eu fui ambicioso. Eu queria aquelas coisas que o dinheiro poderia comprar, eu queria ter os bens para aproveitar as condições da vida.
Mas, veio o destino, que a princípio não se pareceu como um grande amigo. E os meus caminhos mudaram e eu acabei nesse Monastério. Carregando pedras.
E aquela pergunta tão simples, talvez tenha me pego num dia onde eu estivesse mais reflexivo, me levou a muitos pensamentos.
Pra que serviam as pedras?
Complicar o nosso caminho?
Dificultar os nossos passos?
Pedras como palanques, que deveríamos vencer, ganhar, lutar, superar?
Segurar na mão e atirar em alguém?
Complicar o nosso caminho?
Dificultar os nossos passos?
Pedras como palanques, que deveríamos vencer, ganhar, lutar, superar?
Segurar na mão e atirar em alguém?
E aí, o tempo foi passando e os olhos da criança já não tinham mais tanta paciência para me ouvir. Afinal de contas, era uma pergunta simples.
E, eu respondi pra ele: Que pra mim, as pedras serviram pra levantar aquela edificação. Pra construir aquele Templo. E que quando elas se juntaram, elas fizeram uma bela parede da sala de oração.
Resolvi segurar as mãos daquele menino e ser mais gentil. Caminhei com ele, mostrei onde eu tinha passado todos os anos da minha vida. As paredes que eu tinha erguido...
Fui lembrando, das coisas que eu fiz, das pessoas que conheci, dos amigos que tive, das brigas... E ele foi se encantando com as pequenas coisas que já tinham sido colocadas naquele Templo, com o barulho do sino, com as vestes dos meus irmãos e companheiros.
Ele era criança. E tinha olhos pra tudo. Olhos que eu já não tinha mais há quanto tempo. Porque, eu estava focado no meu trabalho, nos meus compromissos, resoluto no meu silêncio e cansado.
E quando ele foi embora, brincando, correndo... Eu agradeci, mentalmente, a oportunidade da pergunta. Porque ali eu olhei pra mim mesmo, pensei nas minhas coisas e entendi que um homem velho, um homem que já passou por tantas experiências, não deve colocar amargura em suas palavras.
E fiquei feliz, porque vi que eu não fiz isso. Que eu soube pensar, refletir... Vi quantas coisas que a vida me trouxe, mesmo me oferecendo tão pouco. Porque eu passei a minha vida inteira naquele Templo.
Eu quero chamar a atenção de vocês hoje, pra que vocês observem o Templo de vocês:
Qual é a casa que vocês estão construindo?
E aqui eu não me refiro, a casa, no mundo objetivo. Eu falo do Templo que vocês constroem a sua volta.
E aqui eu não me refiro, a casa, no mundo objetivo. Eu falo do Templo que vocês constroem a sua volta.
Como vocês enxergam as pessoas? Como vocês enxergam a própria vida?
O seu trabalho? A sua profissão? Os amigos? Os familiares?
Como são as suas pedras?
O seu trabalho? A sua profissão? Os amigos? Os familiares?
Como são as suas pedras?
Como vocês lidam com as dificuldades que surgem e com as frustrações dos desejos não realizados?
E se hoje aparecesse na frente de vocês, uma criança, e lhes perguntasse: Pra que servem as pedras?
Quais seriam as idéias que iriam surgir em suas mentes? Quais seriam os pensamentos?
Vocês seriam ferinos com as palavras? Iriam falar qualquer coisa de qualquer jeito?
Pensem, nos Castelos, nas paredes, nos Templos que vocês estão construindo ao seu redor.
A Chama Amarela, a qual eu sirvo, é a Chama da Sabedoria. E está sustentada pelo silêncio, pela paciência, porque esses são os alicerces, essas são as vibrações que fortalecem vocês.
As coisas do mundo objetivo, ora vem e ora sai da vida de vocês. Mas, vocês continuam como vocês. Vocês continuam tendo que conviver com o seu coração, com os seus anseios e com as suas idéias. Então se permitam ser firmes na fé, mais abertos e leves, como uma criança.
Não se escondam atrás das paredes de mágoas e de frustração. E nem esperem que Mundo lhes ofereça de retorno, a felicidade em todos os seus empreendimentos.
A fortaleza da fé é a base pra manifestação de todo um mundo de alegria e de realização.
Eu Sou Lanto. E gosto, imensamente, de compartilhar com vocês as experiências do meu caminho. E digo que foi uma experiência muito interessante ser Lanto, me tornar Lanto.
Porque foram muitas vidas, onde eu aprendi observar as pequenas coisas, os pequenos atos do meu dia, os pequenos acontecimentos da minha encarnação.
Em muitos desses pequenos atos, eu tive grandes aprendizados. Porque os olhos espirituais é que expandem a paisagem da vida.
Recebam as minhas Bênçãos e o meu Amor.
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Mestre: Lanto
Data: 12/02/2014
Local: Espaço Alpha Lux
Data: 12/02/2014
Local: Espaço Alpha Lux
Canal: Maria Silvia Orlovas
Site: mariasilviaporlovas.blogspot.com.br
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Áudio: ALPHA LUX 05 ANO 16 (mp3) - Clique aqui
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